A apneia do sono acomete cerca de 4% da população adulta em geral (podendo ocorrer em até 45% dos indivíduos obesos), pode determinar inflamação crônica que por sua vez pode levar à síndrome metabólica, um conjunto de fatores associados que aumentam o risco de diabetes e de doenças cardiovasculares.
Um estudo realizado na Índia(1) sugere que a esteatose hepática (acúmulo de moléculas de gordura no fígado) e a apneia do sono contribuem de maneira independente para o aumento dos níveis de marcadores inflamatórios como PCR, FNTα e IL-6 em pacientes obesos. Além disso, a relação leptina/adiponectina também se elevou nesses pacientes, o que também aumenta o risco cardiovascular e indica a presença de resistência à insulina.
Como exemplo, o valor médio da PCR (proteína c-reativa) nos pacientes obesos com apneia do sono e esteatose hepática foi 4,2 mg/L; 3,6 mg/L nos pacientes com apneia do sono apenas; 3,1 mg/L nos obesos com esteatose hepática sem apneia do sono e 1,4 mg/L nos obesos sem apneia do sono ou esteatose hepática.
A identificação e correção da apneia do sono e da esteatose hepática poderiam portanto contribuir para a redução da inflamação crônica, da resistência à insulina ou até mesmo reverter as alterações que caracterizam a síndrome metabólica.
Referência :
(1) Non-alcoholic fatty liver disease is an independent risk factor for inflammation in obstructive sleep apnea syndrome in obese Asian Indians. Sleep Breath. 2018 Jul 22